O presente trabalho investigou o processo de introdução da Informática na Educação nas escolas estaduais de Porto Alegre, no período de 2013 a 2016. Este processo compreendeu a distribuição dos equipamentos nas escolas e a formação dos professores para usar as tecnologias em sala de aula com a oferta de conteúdos digitais, ações propostas pelo Programa Nacional de
Tecnologia Educacional (ProInfo) do Ministério da Educação e realizadas pela Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul, a partir dos Núcleos de Tecnologia Educacionais das Coordenadorias Regionais de Educação. O principal objetivo deste trabalho foi mapear o processo envolvendo as tecnologias nas escolas da Rede Estadual de Porto Alegre, com a finalidade de analisar as políticas públicas de introdução da Informática na Educação. Adotouse a metodologia quali-quantitativa, organizada no Estado da Arte. Foram combinadas as pesquisas Documental, Bibliográfica, Survey e o método do Ciclo de Políticas para a análise das informações encontradas. Através da pesquisa documental nas categorias quantitativa e qualitativa, buscou-se em fontes primárias, como documentos institucionais, estaduais, federais e internacionais, as informações sobre os projetos desenvolvidos no estado, a história, a legislação e os objetivos que deram suporte às políticas do ProInfo. Na pesquisa bibliográfica, as consultas foram feitas em fontes secundárias, com a intenção de contextualizar as políticas para o uso das tecnologias, seus desdobramentos educacionais, sociais e econômicos. Finalmente, através da pesquisa Survey, apurou-se a opinião dos gestores sobre a percepção de professores, a estrutura das escolas e como aconteceu o uso pedagógico das tecnologias no cotidiano escolar, durante o período investigado. A análise dos resultados alcançados, pela combinação das pesquisas, respeitou a metodologia do Ciclo de Políticas, proposta por Ball e Mainardes (2011), para o tratamento do ciclo contínuo das políticas para a introdução da Informática na Educação. Buscou-se trazer para a discussão as propostas de Ponte (2000), Almeida (2002; 2003; 2008) e Oliveira, A.; Lima (2015) sobre a formação continuada dos professores e as experiências significativas com o uso das tecnologias para a aprendizagem,
relatadas por Silva, M. (2005), Moran, Masetto e Behrens (2013), entre outros autores. Segundo Mainardes (2006), uma política educacional nunca consegue ser totalmente eficiente, porque sofre modificações produzidas pelas crenças e motivações dos profissionais de educação que atuam no Contexto da Prática. Para Alonso (2008), o uso da tecnologia não garante uma ação
pedagógica eficaz e a qualidade na educação. O trabalho visou a contribuir com dois Produtos de Pesquisa: primeiro, um sistema ordenado de mapeamento das políticas educacionais na forma de Arquitetura Metodológica, que pode ser aplicado na investigação de qualquer política educacional a fim de acompanhar suas origens, motivações, processos e usos; e o segundo produto, apresentando como caso específico, os resultados relevantes da investigação sobre a gestão das tecnologias nas escolas estaduais de Porto Alegre.